segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Axé!

Olá, visitantes!

Nesta tranquila segunda-feira de Carnaval, levo a vocês mais um texto que escrevi, da linhagem "prosa poética". Um ótimo feriado a todos!

manon+


Aluvial

Visões de ácido lisérgico. Trickters orquestrando a cegueira. Voluteou, carrapeta sem chão. Embarcou.

Em êxtase, tal e qual Santa Teresa, consumou o fatal equívoco. Suspenso o tique-taque dos relógios. E a marcha das estações do ano. Livres todos os bichos de estimação. Bem-vindos os puros alados com o confiante estandarte.

Então o salto com a perfeita moldura de rios e canoas, orlas e veleiros, pescadores e crepúsculos, zéfiro e cocais. Virou marionete, em espiral descendente: tibungo nas (ainda) insuspeitas águas. Onda, onda, onda – um relâmpago e a quebra na arrebentação.

Foi o último dos erros, prometeu-se. 

Aquelas três palavras, agora acorde congelado; e faíscas do fogo de palha ainda a girar em falso até que. Silêncio na caverna. Corpo em rebelião, furor nas entranhas. Finado este ciclo. Desperdício?

Hoje seres bestiais escarnecendo, o rangir de noviças vozes corroendo a mínima fé. Cheiro de pólvora nas veias, lâmina afiada pela dor: sem rodeios cortou a cabeça do mestre. Não houvera nenhuma réplica, não ouvira fátuas litanias, então arrebentara as correntes.

Amputado o próprio coração e restituídos gota a gota os ossos do espírito, há pouco se juntou à legião dos desmortos.
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Quase dezembro. Tudo mudara nas alamedas do parque, depois da erosão.

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