Nesta tranquila segunda-feira de Carnaval, levo a vocês mais um texto que escrevi, da linhagem "prosa poética". Um ótimo feriado a todos!
manon+
Visões de
ácido lisérgico. Trickters
orquestrando a cegueira. Voluteou, carrapeta sem chão. Embarcou.
Em êxtase,
tal e qual Santa Teresa, consumou o fatal equívoco. Suspenso o tique-taque dos
relógios. E a marcha das estações do ano. Livres todos os bichos de estimação.
Bem-vindos os puros alados com o confiante estandarte.
Então o salto
com a perfeita moldura de rios e canoas, orlas e veleiros, pescadores e
crepúsculos, zéfiro e cocais. Virou marionete, em espiral descendente: tibungo
nas (ainda) insuspeitas águas. Onda, onda, onda – um relâmpago e a quebra na
arrebentação.
Foi o último
dos erros, prometeu-se.
Aquelas três
palavras, agora acorde congelado; e faíscas do fogo de palha ainda a girar em
falso até que. Silêncio na caverna. Corpo em rebelião, furor nas entranhas.
Finado este ciclo. Desperdício?
Hoje seres
bestiais escarnecendo, o rangir de noviças vozes corroendo a mínima fé. Cheiro
de pólvora nas veias, lâmina afiada pela dor: sem rodeios cortou a cabeça do
mestre. Não houvera nenhuma réplica, não ouvira fátuas litanias,
então arrebentara as correntes.
Amputado o
próprio coração e restituídos gota a gota os ossos do espírito, há pouco se
juntou à legião dos desmortos.
..........................................................................................................................Quase dezembro. Tudo mudara nas alamedas do parque, depois da erosão.